O tema do presente trabalho é a análise interpretativa da Semana de Arte Moderna que foi a primeira manifestação coletiva de arte moderna no Brasil, realizada em 1922, entre os dias 11 e 18 de fevereiro, no Teatro Municipal de São Paulo. Dá-se uma contextualização mais ampla do evento que, na historiografia tradicional, ainda marca simbolicamente o início do modernismo brasileiro. A primeira parte da tese apresenta as características principais do movimento modernista, cujo objetivo essencial foi a renovação do cenário artístico-literário e a emancipação cultural do Brasil. Um destaque especial é dado à primeira fase modernista, caraterizada pela negação forte do academicismo e pela quebra de modelos tradicionais artísticos. O carater interdisciplinar do modernismo brasileiro é também ressaltado, o que pode ser observado nas analogias estilísticas e temáticas e na relação dialógica entre a literatura e a pintura. Os intelectuais brasileiros inspiravam-se nas tendências vanguardistas europeias, das quais adotaram uma série de técnicas, estratégias e conceitos. Levando em consideração as revisões críticas atuais, que tentam desconstruir a narrativa estabelecida e revalorizar certos aspetos do modernismo, salientam-se os pontos problemáticos do próprio movimento. A segunda parte da tese analisa os estudos de caso dentro quais são representadas as trajetórias artísticas e as linguagens pictóricas de Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral, os representadores mais importantes da pintura modernista que criaram o repertório visual da iconografia brasileira.